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As confluências literárias e os caminhos narrativos entre a oralidade, a escrita e as visualidades

Em 22/03/24 05:21.

Nos dias 27 e 28 de março de 2024 o Laboratório do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (Libris) realiza uma série de atividades que envolvem oficinas para crianças, roda de conversa e visitas guiadas para pensar nas Confluências literárias e os caminhos narrativos entre a oralidade, a escrita e as visualidades.

As narrativas são as histórias que resultam das ações que realizamos e que podemos contar para outras pessoas, para que permaneça de alguma forma no mundo. O passado é uma elaboração que o tempo presente se ocupa de fazer por meio da apropriação das histórias que vão sendo contadas e que restam como fagulhas de memória dos acontecimentos que nos antecederam. Segundo Nêgo Bispo (2023), no quilombo, se contam histórias na boca da noite, na lua cheia, ao redor da fogueira para que a trajetória da comunidade e de cada pessoa que forma essa comunidade, se fortaleça, para que não pereça, para que não se esqueçam dos/as seus/suas/as antepassados e de sua origem que conformam  e organizam o seu presente. A oralidade é uma das formas narrativas de se expressar as vivências individuais e coletivas, assim como a escrita e as visualidades também são. A literatura, tradicionalmente respaldada por uma civilização burguesa, branca, masculina e alfabetizada (Lajolo, 1982), encontra na escrita sua forma clássica de manifestação, sendo reconhecida e aceita como forma culta de expressão, se comparada às narrativas orais e visuais. Apesar disto, a literatura se debruça sobre a oralidade, bebendo e se nutrindo de suas narrativas para tornar-se o que é. A exemplo disto, tomamos os clássicos infantis importados para o Brasil de narrativas orais (contos populares) coletadas por autores como Hans Christian Andersen e Irmãos Grimm e registrados no contexto da tradição escrita, consagrando-se como grandes obras literárias para crianças e jovens. No Brasil, temos percebido um aumento crescente na produção literária de histórias baseadas na tradição oral, que trazem para o formato do livro as narrativas indígenas, quilombolas, ribeirinhas, africanas e outras. Autoras e autores como Graça Graúna, Eliane Potiguara, Daniel Munduruku, Emicida, Bell Hooks, dentre outros, têm traduzido para a literatura as narrativas orais e visuais que contam as histórias sobre as diferentes formas de organização cultural, social, religiosa, artística etc., que formam o Brasil. A partir destas questões iniciais, este projeto quer pensar na literatura infantil e juvenil que se debruça sobre a oralidade indígena, quilombola, ribeirinha e africana, fortalecendo esse braço de rio que a nutriu. De que forma essas narrativas orais e visuais, ao fortalecerem a literatura produzida pelo mercado editorial, também se fortalecem enquanto expressão cultural e social, sendo devidamente reconhecidas e acessadas pela população como um todo. Que confluências são possíveis nessa relação de fortalecimento mútuo? Para pensar sobre estas questões, este projeto de extensão prevê a realização de um evento com uma programação que conta com uma roda de conversa, duas oficinas para crianças, uma roda de leitura e duas visitas guiadas a espaços afrocentrados na região norte de Goiânia.

Programação:

27/03/24 (quarta-feira)

8:00 às 11:00 - Oficinas: Confecção de bonecas Abayomi, Histórias de Sol e Oficina de cianotipia, com Sarah Silva Ferreira (UFG), Verônica Pinheiro (UERJ) e Cássia Oliveira (UFG). Local: Laboratório do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca.

14:00 às 17:00 - Roda de conversa: As confluências literárias e os caminhos narrativos entre a oralidade, a escrita e as visualidades na formação leitora.

 

28/03/24 (quinta-feira)

9:00 - Visita ao Orum Aiyê - Quilombo Cultural

15:00 - Visita ao Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes

 

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